31 de mar. de 2012

As Marcas de Millôr

 Em menos de uma semana, o Brasil teve que lidar com a perda de, indiscutivelmente, dois dos maiores nomes do humor e da arte por si só, Chico Anysio (1931 – 2012) e Millôr Fernandes (1923 – 2012). Nesse clima de despedida, hoje, nós do Persona Blog, dedicamos esse post ao saudoso Millôr Fernandes, humorista, dramaturgo, cronista, um escritor universal, genuinamente nosso.
Millôr é muito destacado pelo seu trabalho jornalístico. E isso não poderia ser diferente, visto à sua brilhante atuação em veículos de comunicação, como as revistas “O Cruzeiro” e “Veja” e o semanário “O Pasquim”, em época de ditadura, que com certeza, o fizeram entrar para a história. Mas o valor artístico de suas obras dramatúrgicas, tanto as de sua própria autoria, quando as que ele traduziu, é muito forte e muito presente no cotidiano teatral, a esse exemplo, vale lembrar que a primeira montagem da nossa Cia. De Arte Persona, foi um texto do Millôr, “A História é uma História”, que aborda a evolução do homem de forma crítica e reflexiva, derrubando mitos, questionando os ídolos e ridicularizando os grandes feitos da sociedade.

Com um considerável acervo, sua primeira peça foi “Uma Mulher em Três Atos”, que estreou no Teatro Brasileiro de Comédia em 1953, e pouco tempo depois escreveu “Do Tamanho de um Defunto”, “Bonito como um Deus” que estrearam no Teatro de Bolso (Rio) e no Teatro Maria Della Costa, respectivamente em 1955. Mas o reconhecimento do público veio mesmo com a estreia de “Pigmaleoa”, tendo sucesso posteriormente nos anos 1960 com as peças “Um Elefante no Caos” e “Flávia, Cabeça, Tronco e Membros”.

Ainda nos anos 1960 em época de ditadura, Millôr escreveu “O Homem do Princípio ao Fim”, que teve direção de Fernando Torres e a ilustre atuação de Fernanda Montenegro, que voltou a atuar, mais tarde, em “Computa, Computador, Computa”, que foi grande sucesso na época e “É...”, com direção de Paulo José, ambos textos de Millôr.

Além desses sucessos, Millôr também se aventurou por musicais, tendo traduzido o musical “Chorus Line” de James Kirwood e Nicholas Dante, e adaptado a peça “Deus lhe Pague” de Joracy Camargo, que teve direção de Bibi Ferreira, e musicas de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.

Depois de tanto trabalho, trabalho este que nos rendeu uma inestimável herança cultural, Millôr morreu, às 21h da última terça-feira, dia 27 de março, constatada falência múltipla de órgãos seguida de uma parada cardíaca, deixando dois filhos, um neto e muita saudade.

Você pode encontrar mais sobre Millôr Fernandes, como sua biografia e suas obras clicando nos links.



“Antes de qualquer coisa, Millôr Fernandes foi um homem apaixonado pelo livre pensar, seja em suas charges, nos texto da imprensa ou dramatúrgicos. E foi este seu maior legado: um caminho libertário para nossas cabeças.”

Fonte:
http://www.releituras.com/millor_bio.asp
http://www.hojeemdia.com.br/entretenimento/millor-fernandes-plural-e-unico-1.425804
http://entretenimento.r7.com/blogs/teatro/2012/03/28/millor-fernandes-foi-um-libertario-no-teatro/

Por Anderson Moura

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