23 de mar. de 2012

Como Viver o Teatro

Dois atores consagrados do teatro, televisão e cinema explicam o que viveram e o que aprenderam com o teatro. Nos contam também sobre algumas coisas de suas vidas pessoais como a perda do marido, no caso de Fernanda. Já o Paulo José fala sobre a doença (mal de Parkinson).


Fernanda Montenegro

A primeira entrevista é com Arlette Pinheiro Esteves da Silva (Rio de Janeiro - RJ. 1929). Atriz. Uma das fundadoras do Teatro dos Sete, Fernanda Montenegro marca suas personagens com a sinceridade e o vigor que a torna uma personalidade destacada na sociedade brasileira, conferindo-lhe o título de primeira-dama do teatro. Começou a carreira no rádio, aos 16 anos. No teatro, o seu primeiro trabalho foi em 1950, na peça 'Alegres Canções nas Montanhas', ao lado daquele que viria ser o seu marido por toda a vida, Fernando Torres. Sua estreia no cinema se dá na produção de 1964 para a Tragédia Carioca de Nelson Rodrigues, 'A Falecida', sob direção de Leon Hirszman. Mas ela ficou mundialmente conhecida como a Dora do filme 'Central do Brasil', que rendeu a ela a primeira e única indicação de uma atriz brasileira ao Oscar de Melhor Atriz, o que acabou rendendo a ela também vários adjetivos. Entre eles, o de Dama do Teatro Brasileiro. Mas ela afirma nesta entrevista que não gosta de ser reconhecida desse jeito e nem concorda com a maioria dos outros adjetivos que recebeu e ainda afirma que gosta mesmo é de ser reconhecida com uma atriz!









Paulo José

A segunda entrevista é com o Paulo José, ator e diretor brasileiro que começou a fazer teatro em 1955, em Porto Alegre, onde ajudou a criar o Teatro de Equipe, juntamente com Paulo César Pereio, Liliam Lemmertz, Ítala Nandi, Fernando Peixoto e outros. Em 1954, atuou em sua primeira peça, 'O Muro', de Jean Paul Sartre e Lineu Dias. Entre inúmeros trabalhos no teatro, destacam-se 'Os Fuzis da Senhora Carrar', de Brecht; 'A Mandrágora', de Maquiavel; 'O Filho do Cão', de Gianfrancesco Guarnieri, e do qual também foi diretor; e 'Tartufo', de Molière. Dirigiu e atuou na montagem carioca de Arena Conta Zumbi. Longe dos palcos há nove anos, Paulo José retornou em Outubro de 2009, em 'Um Navio no Espaço ou Ana Cristina César'. Além de ser um dos mais ativos e talentosos atores brasileiros dos últimos 50 anos, com presença destacada no cinema, teatro e televisão e de ter dirigido vários espetáculos de teatro, também é diretor de televisão, com trabalhos marcantes com as minisséries 'O Tempo e o Vento', de 1985; 'Agosto', de 1993; e 'Incidente em Antares', de 1994. Nesta entrevista, ele fala sobre vários assuntos. Entre eles, ele explica que o sucesso é qualidade e não quantidade, em tempos em que muitas companhias teatrais querem fazer produções em massa só pensando em ter várias produções, vários trabalhos em seu currículo e ficam meio que querendo disputar uma com a outra para ver quem faz mais espetáculos por ano. Ele mostra que nem sempre, ou quase nunca, fazer vários espetáculos por ano significa que esses espetáculos serão bons. Ele também fala sobre o cinema brasileiro e sobre a sua doença, o Mal de Parkinson, que o acompanha desde 1992. Ele se mostra bastante forte em relação a doença. Mesmo sendo uma doença degenerativa, ele não se abate. Pelo contrário. Ele adequou a doença nos seus personagens e nos mostra que não há melhor remédio do que se envolver com o que gostamos de fazer.




                                                                                                       Por Bruno Rangel
                                                                                           

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