9 de abr. de 2012

Lenine - Leão do Norte

Sucesso de MPB, Lenine foi o homenageado do mês de Março da rádio MPB FM, que tocou suas músicas durante todo o mês.


Ele diz que é compositor acima de tudo. Mas quem conhece sua música, percebe que esse pernambucano reúne muito talento em várias atividades. Cantos, compositor, arranjador, músico e produtor, dá pra perceber por que Osvaldo Lenine Macedo Pimentel se considera um camaleão.

Com dez discos lançados, dois projetos especiais e inúmeras participações em álbuns de outros artistas, Lenine já teve suas canções gravadas por nomes como Elba Ramalho, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, entre tantos outros. Produziu CDs de Maria Rita, Chico César, Pedro Luis e a Parede e do cantor cabo-verdiano Tcheka, além de trilhas sonoras para novelas, seriados, filmes, espetáculos de dança e teatro.

De Pernambuco, sendo filho de paraibanos e tendo filhos cariocas, traz no nome uma homenagem a um comunista russo. Traz na música o Pop e o regional, o rock e o samba, o eletrônico e o orgânico, o tradicional e o contemporâneo. Traz para o Brasil e para o mundo a sua poesia.

Aos oito anos, Lenine se interessou pela música. Na época, tinha como objeto de desejo o violão da irmã mais velha que era tocado clandestinamente, quando conseguia roubar a chave do armário onde o instrumento ficava guardado. Em sua casa, ouvia-se canções napolitanas, música alemã, música do folclore russo, Chopin, Gil Evans e, com o passar dos tempos, Hermeto Pascoal e o movimento tropicalista.

Aos 17 anos, fã do rock'n roll e do Clube da Esquina, pra nossa sorte, começa a criar suas primeiras composições. Aos 20 anos, Lenine tranca o curso de Engenharia e vai morar no Rio de Janeiro, dividindo a mesma casa com amigos compositores, que estavam na cidade com o propósito de viver da música.

No Rio, Lenine participou de festivais e começou a gravar compactos. O primeiro LP, "Baque solto", em parceria com Lula Queiroda, foi lançado em 1983. Nesta época, Lenine também trabalha como violonista de Danilo Caymmi. Entre "Baque Solto" e "Olho de Peixe" - seu segundo e, eleito por ele, seu mais importante disco - foram-se dez anos.

Em 1997, Lenine lançou seu primeiro álbum solo, "O dia em que faremos contato", que lhe rendeu dois prêmios Sharp.

Em 1999, Lenine lançou "Na Pressão", que revelava toda a diversidade brasileira ao misturar maracatu, xote, samba, rap, coco e xaxado. Nessa época, a carreira internacional ganhava impulso com turnês na Europa, Japão e Canadá.

Em 2002, lançou seu quarto disco, "Falange Canibal", uma espécie de "disco-manifesto" do artista, que lhe rendeu o Grammy Latino na categoria "Pop Contemporâneo Brasileiro". Em 2004, Lenine é convidado do projeto "Carte Blanche", na Cité de La Musique, em Paris, do qual, até então, apenas um brasileiro - Caetano Veloso - havia participado. A apresentação deu origem ao CD e DVD "Lenine Incité", que ganhou dois prêmios Grammy Latino. O álbum recebeu ainda quatro prêmios TIM.

Em 2006, é lançado o CD "Lenine Acústico MTV", premiado com o Grammy Latino. Neste mesmo ano, é editada nos Estados Unidos a coletânea "Lenine". Em 2008, lança o CD e LP "Labiata" em 20 países e a música "Martelo Bigorna" é premiada com o Grammy Latino na categoria "Melhor Canção Brasileira". No ano seguinte, encerrado o ciclo de shows de Labiata, no Olympia de Paris, o artista lança o projeto "Lenine.doc - Trilhas", que reúne canções compostas para novelas, seriados, filmes, espetáculos de teatro e dança e comerciais.

No fim do ano passado, Lenine lançou "Chão", seu décimo disco de carreira. O novo álbum abusa dos barulhos naturais ou afetivos, como ele gosta de chamar o som da chaleira, do pássaro e da cigarra, entre outros "ruídos" espalhados pelas dez faixas. O disco, mais uma vez, reafirma a reinvenção costumeira do poeta Lenine.


Reportagem do site MPB FM.
Escute algumas músicas do célebre cantor:


Por Hugo Gandra

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