O talento corre nas veias, só que o espaço na mídia, o carinho do público e a consagração no cenário musical foram buscados por ela mesma. Na verdade, Mart'nália e o samba são duas coisas que se misturam. Mas também pudera... O ritmo a acompanha desde que nasceu. Ainda muito pequena, ia com o pai, Martinho da Vila, às rodas de Vila Isabel, e assim se apaixonou, à primeira vista e audição, pela música. Neste reduto, aprendeu a sambar, cantar, tocar violão e instrumentos de percussão. De lá, saiu uma exímia percussionista e foi backing vocal de nomes como Djavan, Ivan Lins, Grupo Batacotô, entre outros.
Vieram as décadas de 80 e 90 e, como ela mesma gosta de dizer, gravou dois discos "de brincadeira": "Mart'nália" e "Minha Cara". Mas aquele que considera seu primeiro álbum "de verdade" e que recebeu o nome de "Pé do meu Samba", só saiu em 2002. Produzido por Celso Fonseca e dirigido por Caetano Veloso, o registro foi, de forma unânime, elogiado pela crítica e rendeu à cantora uma longa e produtiva temporada de show, registrada em CD e DVD.
Em 2003, participou do projeto "Elas cantam Chico", dividindo palco com outras oito cantoras. Depois disso, acompanhou Martinho em temporadas por várias cidades de Portugal e Angola.
Dois anos mais tarde, chegavam às lojas "Mart'nália Ao Vivo", que teve produção musical da própria cantora e direção, roteiro e concepção de Marcia Alvarez. O show foi gravado no Olimpo (Rio de Janeiro) e contou com diversas participações especiais. Neste mesmo ano, fez uma apresentação em Nova York e deu um workshop sobre sampa para os alunos da UNY. Posteriormente, o mesmo workshop foi dado na França, a convite do governo local.
Em fevereiro de 2006, Brasil e Europa foram invadidos por "Menino do Rio", seu quinto disco e que teve a luxuosa direção artística de Maria Bethânia, considerado o mais diversificado de seus trabalhos.
No ano seguinte, ela recebeu o convite de ir a Berlim na "Copa das Culturas", onde, além de fazer seu show, foi chamada por Chico Buarque para participar de um especial com ele. Isso tudo virou o CD/DVD "Mart'nália em Berlim Ao Vivo", que foi indicado ao Grammy como Melhor Disco de Samba.
Em 2008, o céu era o limite e vieram os Festivais de Montreaux, Londres, Amsterdã, Tubigen, Lisboa, Nova York e Miami. O estrondoso sucesso lhe deu mais fôlego para lançar o CD Madrugada. O show de estreia aconteceu no Vivo Rio, fechando o ano no Reveillon de Copacabana.
Chegava 2010 e começava uma tradição que perdura até hoje: a abertura do evento "Verão do Circo Voador". Na sequência, Mart'nália fez uma roda de samba para o DVD "África", mas o projeto só foi lançado no final de Julho e, o show de estreia, em Agosto, em São Paulo. Ainda foi convidada por Roberto Carlos, no show de 50 anos de carreira do Rei.
Neste ano, como de costume, abriu o "Verão do Circo" e fez também o "Verão do Rio". Recentemente, foi uma das integrantes do "Samba Book - João Nogueira", produto lançado em CD, DVD e Blu Ray, para divulgar a obra do saudoso sambista. Mas o mais importante vem agora: recém saído do forno, seu mais novo disco "Não tente compreender" já está nas lojas e ela se prepara para a estreia do show, que acontece em 12 de Maio, no Vivo Rio.
Por Hugo Gandra.
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