6 de jun. de 2012

Sem muito esforço, Chico Buarque encanta Fortaleza na nova turnê

Há um tempo foi falado aqui no blog, sobre o ultimo cd lançado pelo Chico. Agora temos noticias da nova turnê do inspirador da nossa peça de encerramento letivo de 2012, na Cia de Arte Persona.



Na estreia da turnê Chico em Fortaleza, Chico Buarque confirmou as expectativas desfilando sucessos de cinco décadas de carreira. Fugindo do roteiro, ele voltou duas vezes para um bis que não estava combinado.





Aos 67 anos, Chico Buarque de Holanda construiu uma carreira única na música popular brasileira. Chegando o mais próximo possível do que se considera uma unanimidade (não burra), o cantor, compositor, escritor e, volta e meia, ator arrasta uma multidão por onde anda. Faça ele o que fizer, apesar de alguns chiados, certamente receberá um lote imenso de elogios. Nesta sexta-feira (25), dia da estreia da turnê Chico em Fortaleza, essa regra não foi quebrada.


Aguardada com ansiedade digna das grandes estrelas, a apresentação lotou o Siará Hall com um público de idades variadas que esgotou cedo os ingressos postos à venda. Certos de que veriam um dos nomes mais importantes da cultura nacional, ninguém nem se incomodou tanto com o aperto das cadeiras e os preços abusivos cobrados pelos garçons. Afinal, era Chico Buarque quem iria cantar.

Precedido por um desenho do amigo Oscar Niemeyer que cobria o palco, Chico subiu ao palco apenas 15 minutos depois do combinado. Abrindo com O velho Francisco, canção de 1987, o cantor chegou pisando de mansinho sob os aplausos efusivos da plateia. Claro que o jogo estava ganho antes do primeiro apito. Auxiliado pela iluminação belíssima de Maneco Quideré, ele foi mostrando por que cada vinco do seu rosto guarda uma história, uma canção capaz de encantar o público.

Como já era de se esperar, as novas músicas lançadas no disco Chico (Biscoito Fino), de 2011, eram recebidas com mais cautela. Inspiradas e cheias de lirismo, elas foram apresentadas uma a uma para centenas de olhos atentos. Agora, quando chegavam as primeiras notas dos velhos sucessos, a alegria era geral. Destaque para duas delas. Todo o sentimento, acompanhada somente pelo piano de João Rebouças, arrancou lágrimas. E a poética política de Geni e o Zepelin ganhou o reforço de um imenso coral.

Chico Buarque mandou 27 canções sem muitos sorrisos ou conversas. Só parou um instante para homenagear o baixista cearense Jorge Helder, “um filho da terra” que o acompanha há muitos anos. Encerrando com a recente Sinhá, ele foi até a beira do palco, abriu os braços, deu as costas e foi embora. Poucos minutos depois, voltou sob uma chuva de aplausos para cantar Futuros amantes, uma de suas mais belas composições, registrada no álbum Paratodos (1993). Uma nova despedida e ele voltou para outro bis. Rindo da torcida que gritava “Chico! Chico!”, ele até tropeçou nos versos intrincados de Na carreira. Usando a canção que fala sobre a vida nômade dos artistas, Chico Buarque se despediu de vez da plateia totalmente apaixonada.



Fonte: O Povo

Por Felipe Rangel

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