29 de jun. de 2012

Paulo Gracindo "Biografia"





Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo nasceu em 16 de julho de 1911, no Rio de Janeiro. Era filho do ex-senador Demócrito Gracindo, falecido em 1928. Mudou-se ainda criança com a família para Maceió, em Alagoas, onde se formou em Direito e teve seu primeiro contato com o teatro amador – para desgosto do pai, que o proibiu de atuar nos palcos.

Aos 20 anos, após a morte do pai, mudou-se para o Rio de Janeiro e adotou o nome artístico de Paulo Gracindo. Na então Capital Federal, participou das maiores companhias de teatro dos anos 1930 e 1940, entre as quais, as de Alda Garrido, Procópio Ferreira, Elza Gomes e Dulcina de Moraes. Foi locutor e apresentador de diversos programas musicais na época áurea da Rádio Nacional, como Noite de Estrelas e Programa Paulo Gracindo. Trabalhou como radioator, produtor, compositor e comediante. Um dos seus papéis mais famosos dessa época foi o Alberto Limonta, na clássica trama de O Direito de Nascer.

Ainda na Rádio Nacional, Paulo Gracindo integrou o elenco da versão original do programa Balança Mas Não Cai (1953), escrito por Max Nunes, no qual fez grande sucesso, ao lado de Brandão Filho, no quadro Primo Pobre e Primo Rico. Anos mais tarde, tanto o programa quanto o quadro ganharam nova versão na TV Rio e, em seguida, na TV Globo, repetindo o êxito anterior.

O ator começou a trabalhar na TV Globo no final da década de 1960. Atuou nas primeiras novelas da emissora, como A Rainha Louca (1967) – na qual atuou ao lado de seu filho, Gracindo Jr. – e A Gata de Vison (1968), escritas pela cubana Glória Magadan. Em seguida, trabalhou em A Próxima Atração (1970), de Walther Negrão, e O Cafona (1971), de Bráulio Pedroso. Seu primeiro personagem de destaque foi o bicheiro Tucão, na novela Bandeira 2 (1971), de Dias Gomes. A consagração veio dois anos depois em O Bem-Amado, outra novela de Dias Gomes, na qual viveu o antológico prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu, pelo qual ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 1976, recebeu o Prêmio Televisa, oferecido pela rede de TV mexicana, por sua atuação na novela.

Dias Gomes e Paulo Gracindo já haviam trabalhado juntos no teatro, na primeira montagem de O Santo Inquérito, e na televisão, em teleteatros da TV Rio. O Bem-Amado, primeira novela produzida e exibida totalmente em cores, e um marco na televisão brasileira, imortalizou a parceria. A novela também trazia no elenco Lima Duarte, Emiliano Queiroz, Zilka Sallaberry e Gracindo Jr, entre outros.

Ainda na década de 1970, em O Casarão (1976), de Lauro César Muniz, Paulo Gracindo e Gracindo Jr. viveram o mesmo personagem: o artista plástico João Maciel, aos 20 e aos 50 anos, respectivamente. Os dois voltariam a trabalhar juntos em Araponga (1990), de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro César Muniz.

Após o sucesso em O Bem-Amado, que transformou o ator em ícone da televisão, seguiu-se o trabalho em outra grande produção da TV Globo que marcou época: Gabriela (1975), adaptação do romance de Jorge Amado feita por Walter George Durst. Na novela, que ganhou o Grande Prêmio concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Paulo Gracindo deu vida ao coronel Ramiro Bastos. Até o final da década de 1970, vieram os trabalhos em Sinal de Alerta (1978), de Dias Gomes, e Pai Herói (1979), de Janete Clair.

Em 1980, como resultado do sucesso da novela O Bem-Amado, a TV Globo levou ao ar o seriado homônimo, escrito pelo próprio Dias Gomes e, mais uma vez, com Paulo Gracindo no papel principal. Ainda nessa década, o ator voltou a comandar um programa de auditório, o 8 ou 800, ao lado de Silvia Falkenbourg. Em seguida, atuou nas novelas Roque Santeiro, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, no papel do padre Hipólito; em Hipertensão (1986), de Ivani Ribeiro; e fez uma participação especial na novela Mandala (1987), de Dias Gomes.

Na década de 1990, Paulo Gracindo voltou a viver um personagem que caiu no gosto popular, o Betinho, marido da vilã Laurinha Figueroa (Glória Menezes), na novela Rainha da Sucata (1990), de Silvio de Abreu. Nos anos seguintes, atuou nas novelas Vamp (1991), de Antonio Calmon, e Mulheres de Areia (1993), de Ivani Ribeiro. Também fez uma participação especial na minissérie Agosto (1993) – adaptada do romance de Rubem Fonseca por Jorge Furtado e Giba Assis Brasil –, no papel de Emílio.

Ator reconhecido por seu trabalho no teatro, na televisão e no rádio, Paulo Gracindo trabalhou em mais de 20 filmes; alguns marcantes, como A Falecida (1965), de Leon Hirszman, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, e Cara a Cara (1967), de Julio Bressane.

O ator morreu aos 84 anos, em decorrência de um câncer de próstata, no dia 4 de setembro de 1995, no Rio de Janeiro. Era casado com Dulce Xavier de Araújo Gracindo.


Fonte: http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYP0-5271-258922,00.html

                                                                                                     Por Bruno Rangel.

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